A Confederação Nacional dos Transportes (CNT) manifestou preocupação com o aumento da proporção de biodiesel no diesel, uma das mudanças propostas no Projeto de Lei 528 (PL 528/2020), conhecido como “Combustível do Futuro”. O projeto, que será apresentado à Comissão de Infraestrutura do Senado pelo relator Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB) ainda este mês, visa aumentar a mistura de biodiesel de 14% para 20% até 2030, com incrementos anuais de 1 ponto percentual.
Segundo a CNT, a elevação da mistura de biodiesel pode trazer riscos significativos para a operação de transporte e para o meio ambiente. Estudos realizados pela Universidade de Brasília (UnB) indicam que o aumento do biodiesel na mistura do diesel pode elevar o consumo dos veículos em até 15%, aumentando as emissões de dióxido de carbono (CO2). A CNT defende que qualquer aumento na mistura seja precedido de estudos técnicos rigorosos.
Renan Chieppe, presidente da Federação das Empresas de Transporte do Estado do Espírito Santo (Fetransportes), apoia a modernização e a redução das emissões de carbono, mas enfatiza a necessidade de uma transição adequada. “O que nos preocupa é fazer uma transição de forma adequada. Somos a favor de um combustível de boa qualidade, que resulte numa operação eficiente, tanto do ponto de vista ambiental, como da qualidade dos serviços e do custo”, afirma Chieppe.
O PL 528/2020 visa principalmente reduzir as emissões de carbono. Uma das alternativas em estudo é o HVO (Hydrotreated Vegetable Oil), conhecido como diesel verde. Especialistas defendem que o HVO é um biocombustível mais confiável e eficiente, que pode ser misturado ao diesel em qualquer proporção. Diferente do biodiesel tradicional, o HVO é quimicamente idêntico ao diesel de petróleo, mas com origem vegetal ou animal.
Uma das vantagens do HVO é sua compatibilidade com motores mais antigos, o que poderia facilitar a descarbonização da frota brasileira. Atualmente, o HVO ainda não é produzido no Brasil, mas a primeira biorrefinaria está sendo construída em Manaus, com previsão de operação inicial em janeiro de 2025.
Fonte: Esbrasil
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